Academias do Sabre: Times de Elite

Um dos esteios do School Battle Shōnen* são os times especiais de elite. O conceito em si é absurdo: esses estudantes, destacando-se por serem mais capazes, são colocados nesses times e recebem, através do próprio diretor ou algum professor responsável, missões especiais para a defesa do local no qual estão. Aí vem a pergunta óbvia: não seria melhor deixar esse trabalhos para graduados ao invés de entregá-lo a jovens cujo treinamento mal começou?

Aí precisaremos falar de um conceito chamado liminaridade: o personagem é ajustado ao público-alvo. Há pouco menos de um século, leitores mais jovens liam histórias com protagonistas adultos com a fantasia de um dia ser como eles, quando crescessem. Depois, passaram a ter a fantasia de estar ao lado deles (oi, Robin). Por fim, passaram a ter a fantasia deles próprios meterem a mão na massa sem um adulto chato para controlá-los (oi, Homem-Aranha).

Então essa forçada de barra é na verdade um recurso dramático para permitir aos personagens participarem ativamente da ação. A outra opção seria o mais óbvio: fazer as coisas por conta própria sob o nariz das autoridades escolares, rezar para não ser pego e ser perdoado após salvar a pele de todo mundo. Falei um pouco disso em um artigo anterior, mas podemos pensar um pouco mais sobre a construção desses times especiais de alunos em uma academia.

Mas antes, fiquem com um robô gigante aleatório,
porque eles estão em falta neste artigo.

Primeiro, como você imaginaria essas forças? Um time especial, invejado pelos demais cadetes e com missões só teoricamente mais controladas, sendo liberados de algumas atividades escolares por isso**? Um time secreto reunido por alguma figura adulta importante da academia, mediante acordos vantajosos para os alunos***? Um comitê estudantil de função específica, se valendo dos recursos à mão contra o perigo da vez****? Aliás, eles existem por quê?

Bem, temos uma justificativa para isso: a necessidade de preparar os jovens para desafios além do ambiente acadêmico. Por mais estruturada que seja, a Academia não é um ambiente seguro, especialmente em um universo onde ameaças como os Proscritos, piratas espaciais e grupos terroristas como a TIAMAT estão presentes. Criar elites de combate entre alunos é uma resposta estratégica para formar líderes e guerreiros capazes de enfrentar essas ameaças.

Hundred: um esquadrão de elite, participando da defesa da base e
recebendo missões, ligado ao… conselho estudantil da academia.

Colocando os cadetes em situações de combate e missões especiais, mesmo enquanto ainda estão em treinamento, a academia proporciona um ambiente de aprendizado acelerado. Os desafios enfrentados por esses jovens servem como catalisadores para o desenvolvimento de habilidades essenciais, tanto individuais quanto em equipe. E claro, os motivos da existência de seu time interferirão nos rumos narrativos de sua campanha. Vamos dar só uma olhada breve:

Absolute Duo: um grupo praticamente induzido pela diretora,
interessada em torná-los cobaias em busca do mais forte.
Criadores de encrenca com poderes mágicos? Terroristas?
Agentes infiltrados? Deixem com o Comitê Disciplinar!

E como dissemos, cada escolha interferirá nos rumos narrativos de sua história. Membros dos times especiais têm a oportunidade de crescer e se destacar, mostrando sua evolução ao longo das missões. Por outro lado, a competição por um lugar nos times pode criar rivalidades entre os cadetes, adicionando elementos dramáticos à narrativa, e suas relações com outras academias ou facções contribuem para o desenvolvimento de tramas pessoais e coletivas.

Por fim, suas decisões fatalmente impactarão o desenrolar da trama, podendo ter consequências significativas para a academia e até para a Constelação do Sabre. Eles podem ser confrontados com dilemas éticos, testando sua lealdade à academia, à Constelação e uns aos outros. Talvez se vejam contra uma ameaça acima da capacidade de meros alunos. Mas agora essa missão será deles… e de mais ninguém. Fraquejar é inaceitável.

Até a próxima e divirtam-se.

“NÓS SOMOS OS STRIKERS!”

* Só Lembrando: o motivo pelo qual estamos nos valendo de um subgênero não necessariamente ligado a robôs gigantes é porque a combinação dos dois conceitos é rara. Geralmente, o período de treinamento de um personagem é apresentado de forma breve para colocá-lo logo como um piloto de robôs gigantes. Daí estarmos nos apropriando de ideias mais presentes em animes escolares de luta, mencionando séries de outros gêneros não-relacionados.
** Como os Strikers de World Break: Aria of Curse for a Holy Swordsman
ou a força de elite ligada ao Conselho Estudantil local em Hundred.
*** Como o grupo velado, criado sob a anuência da diretora, em Absolute Duo. Podem reparar como ela se vale de pactos faustianos para cooptar seus alunos.
**** Como o Comitê Disciplinar de The Irregular at Magic High School, tendo acesso a equipamentos restritos e usando-os sem o menor pudor para resolver tudo por conta própria.

NO TOPO: imagem de World Break: Aria of Curse for a Holy Swordsman.

DISCLAIMER: Absolute Duo pertence à Eight Bit Co., Ltd, baseado na obra de Takumi Hiiragiboshi e Yū Asaba (Media Factory); Hundred pertence à Production IMS Co., Ltd., baseado na obra de Jun Misaki e Nekosuke Ōkuma (Media Factory); The Irregular at the Magic High School pertence a Tsutomu Satō e ASCII Media Works; World Break: Aria of Curse for a Holy Swordsman pertence à Akamitsu Awamura-SB Creative Corp. / WBP; Mobile Suit Gundam — The Witch from Mercury é uma propriedade da Bandai Namco Filmworks Inc.; imagens usadas para fins jornalísticos e divulgacionais.

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