Para falarmos da Cidadela das Torres de Santa Inês em Alabarda, é preciso falar do Generalato da Occitânia. Em meio às diferenças políticas do planeta, ele é um corpo estranho. Tecnicamente, ele é um enclave militarizado que responde à hierarquia nobiliárquica, mas, na prática, funciona como um estado paralelo e uniformizado cuja lealdade não é ao Príncipe-Regente e sim à sua própria preservação e a um código de conduta militarista e conservador.
O Generalato se considera o único bastião da ordem real contra uma anarquia iminente. Seus líderes, os autointitulados “Generais de Ferro”, acreditam que a nobreza civil é fraca e corruptível, e que as milícias são meros bandos desestabilizadores. Para eles, a solução para os males de Alabarda é uma mão de aço, despida das hesitações da política. E o pior, muitos que procuram respostas simples para problemas complexos tendem a concordar com eles.
É neste contexto que a Cidadela das Torres de Santa Inês encontra seu verdadeiro significado. Ela não é só uma base militar. Ela é a encarnação física da doutrina do Generalato: inexpugnável, ocupando uma posição elevada e olhando para baixo, e isolada da “contaminação” pelo caos social que define as cidades abaixo. Suas muralhas não servem apenas para repelir ataques externos, mas também para manter afastadas influências consideradas deletérias.
CIDADELA DAS TORRES DE SANTA INÊS (ALABARDA)
Localização
A Cidadela das Torres de Santa Inês é um complexo fortificado construído no topo do Pico do Escorpião, montanha mais alta da cadeia de Serranías Blancas, no planeta Alabarda. Erguendo-se acima de nuvens cinzentas, sempre a encobrir os vales industriais abaixo, a cidadela é um símbolo de autoridade regional distante e um ponto estratégico fundamental para o controle do Generalato da Occitânia. Sua localização é estrategicamente simbólica… e vital.
De suas muralhas, as chaminés das fábricas, os bairros populares e as rotas de abastecimento parecem minúsculos e silenciosos. Para as elites do Generalato da Occitânia que a comandam, a cidadela é um farol de ordem em um planeta à beira do caos. Para a população da Occitânia, no entanto, representa uma sombra constante que se projeta sobre suas vidas. Quem controla Santa Inês, controla não só o Generalato — mas também a narrativa do poder local.
Descrição Geral
Mais do que uma simples base militar, a Cidadela das Torres é uma verdadeira cidade vertical, um emaranhado de estruturas de concreto armado e aço corroído pelo vento frio das alturas. Sua arquitetura é brutalista e muito funcional, com antenas de comunicação e baterias de defesa pontiagudas se destacando contra o céu. O acesso é feito por uma estrada sinuosa e fortemente vigiada, ou por plataformas de pouso para aeronaves VTOL e robôs hussardos.
O interior é um labirinto de corredores, quartéis superlotados e centros de comando, onde o ar cheira a óleo de máquina, café requentado e tensão constante. A cidadela é a sede do poder do General Soriano Mercado, Marquês Regente da Occitânia, e a sua localização permite o monitoramento das cidades mais próximas — além das rotas principais para os domínios principais do continente de Carvajal, tornando-a um prêmio cobiçado por facções em disputa.
História e Cultura
Construída durante anos de relativa calmaria, mas ainda sob o trauma da Insurreição Tarsiana, Santa Inês foi concebida para ser um símbolo e baluarte da defesa planetária. Mas devido a conflitos internos, doze anos atrás, foi preciso pacificar e administrar a Occitânia com tropas e, com o tempo, o que deveria ser um farol de estabilidade tornou-se o epicentro de uma repressão metódica e suspeita institucionalizada. Há um ar de paranóia na região.
A lealdade é garantida através de vigilância constante e de um rígido código de conduta que pune qualquer desvio. A guarnição é composta em parte por carreiristas ambiciosos que veem o posto em Santa Inês como um trampolim para promoções, encarando a população com desdém. Outros são soldados e lanceiros desmotivados, enviados para este posto remoto como uma forma de exílio discreto por incompetência, azar — ou por terem desagradado a um superior.
Este ambiente de ressentimento e ambição cria o terreno perfeito para dissidências. Sussurros de insatisfação ecoam pelos corredores mal iluminados e nas docas de carga, onde a vigília é mais fraca. Apesar do controle ferrenho, simpatizantes de várias milícias conseguem se infiltrar entre a própria guarnição com certa facilidade, tornando cada soldado em potenciais aliados ou ameaças. A Cidadela se tornou uma panela de pressão prestes a explodir.
Tanta desconfiança mútua e latente corrói a própria eficácia militar da cidadela. Operações de patrulha podem ser sabotadas por informações vazadas. Ordens são questionadas em voz baixa nos corredores. A lealdade ou competência de qualquer unidade é sempre posta em dúvida. A chave para desestabilizar o domínio do Generalato sobre a Occitânia pode estar na promessa feita ao ouvido certo ou no ouro entregue à mão errada dentro da própria fortaleza.
Economia e Recursos
Falar de Santa Inês exige explicar a tolerância do governo central de Alabarda perante a existência desse generalato. Para nobres mais conservadores, ele é uma defesa contra a anarquia em uma região tradicionalmente explosiva; para os mais pragmáticos, é um bode expiatório conveniente para atos impopulares, cujos excessos podem ser condenados publicamente enquanto se colhe seus benefícios. Assim, o Príncipe-Regente preferiu ficar em cima do muro.
Isso fez da Cidadela das Torres um sorvedouro de recursos, drenando os cofres do estado e das fábricas locais através de taxas extorsivas. O dinheiro é canalizado para dois fluxos distintos: um, opulento e discreto, que sustenta os aposentos privados, arsenais de elite e projetos secretos dos oficiais superiores; o outro, mísero e visível, que mantém a infantaria e lanceiros à base de rações de segunda, equipamentos sucateados e promessas vazias.

Há nesse ambiente de escassez artificial um mercado negro tolerado pelas autoridades, desde que não ameace a estrutura de poder. Tudo é mercadoria: de rações frescas e peças de reposição até autorizações de licença e imunidade a transgressões menores. Mas a moeda principal em Santa Inês é a informação. Os sistemas de escuta e vigilância, que monitoram tanto os vales quanto os corredores internos, fazem da cidadela um centro de inteligência vital.
Contrabandistas e informantes operam abertamente nas docas de carga, onde a linha entre lei e crime é intencionalmente borrada pelos próprios comandantes, que utilizam esses canais para seus próprios fins. A economia da cidadela não se limita a privilégio e escassez, mas também à conivência — um ecossistema onde lealdade se compra e segredos são a principal commodity, sustentando o poder através do mesmo comércio ilícito ao qual deveria combater.
Papel em Campanhas
Infiltração e Espionagem: infiltrar-se nas prisões da cidadela para resgatar um dissidente preso, roubar dados de inteligência que provem a corrupção do Regente — ou plantar evidências falsas para desestabilizar essas forças.
Mediação e Intriga: proteger mediadores em negociações tensas entre o comando da cidadela e líderes populares. Os jogadores podem ser pegos no fogo cruzado, onde um mau passo pode causar o fracasso da paz… ou pior, repressão.
Aliança Incômoda: ajudar a defender a cidadela do ataque massivo de uma milícia organizada. Esta situação forçaria uma aliança altamente desconfortável com os próprios opressores, corretamente desprezados pelos protagonistas.
Golpe Interno: apoiar uma conspiração para derrubar o Marquês-Regente. Neste cenário, aliados de hoje podem ser traidores amanhã e os jogadores precisarão decidir em quem confiar em um ambiente onde ninguém é muito confiável.

Investigação de Corrupção: ser a proteção de uma comitiva de investigação imperial no Generalato. Esta missão os colocaria em uma rota de colisão direta com a rede de conivência dos oficiais superiores… e com o mercado negro.
Ameaça Manipulada: o comando da cidadela pode estar orquestrando ou exagerando uma ameaça miliciana para justificar orçamentos inflados e poderes de exceção. Os jogadores precisam expor essa manipulação sem serem silenciados.
Resgate Humanitário: trabalhar com o Padre Emiliano Rojas para evacuar civis ou dissidentes perseguidos pelos túneis secretos da cidadela, evitando as patrulhas e os sistemas de vigilância em uma missão furtiva de alto risco.
Sabotagem Estratégica: realizar ataques precisos para sabotar sistemas de vigilância, comunicações ou de suporte vital da cidadela, tornando-a vulnerável, e forçando uma mudança na correlação de forças sem uma batalha campal.
NPCs Notáveis
MARQUÊS-REGENTE E GENERAL SORIANO MERCADO
Descrição: Um homem de meia-idade com uma postura inflexível e olhos que parecem pesar a lealdade de todos ao seu redor. Soriano acredita piamente que a mão forte é a única coisa que pode impedir Alabarda de mergulhar no caos total causado por suas múltiplas divisões internas, mesmo que suas ações estejam justamente acelerando esse processo em seus domínios. O desdém pela Aliança Imperial é profundo: ele a vê como fonte de burocracia e hesitação.
Papel: principal antagonista institucional na região. Ele pode ser o alvo de uma missão dos jogadores ou o co-superior de uma missão que envolva colaboração entre seus homens e outras guardas. Ele será um obstáculo para qualquer grupo que procure evitar o surgimento de milícias (convenhamos, sua opressão é uma desculpa perfeita para isso) ou busque justiça para o povo de Carvajal. Derrotá-lo de uma vez pode ser o objetivo central de uma campanha.
CONEXÕES
Aliados Improváveis: suas ligações com corporações de outros mundos (muitas vezes ligadas à FEMTAR de Tarso) vão além de negócios. Elas enxergam a instabilidade em Alabarda como um mercado muito lucrativo, fornecendo a Soriano armamentos, sistemas de vigilância e suporte logístico em troca de concessões e imunidade legal. Seus oficiais de confiança não são necessariamente leais a ele, mas ao poder que ele representa e aos benefícios que usufruem.
Rivalidade com a Própria Nobreza: Ele despreza a nobreza tradicional de Alabarda, a quem considera fraca e decadente — e sabe que o Regente Imperial Pérez Reverte já deu um puxão de orelha no Príncipe-Regente sobre o assunto. Isso o coloca em rota de colisão, não só com este, mas com outras Casas Nobres que podem ver seu Generalato como uma ameaça direta aos seus privilégios. Um jogador de origem nobre pode ter um conflito pessoal direto com ele.
Ponto Cego Perigoso: sua maior vulnerabilidade é sua filha Maria Mercado, uma moça normal que estuda economia na universidade Schulman e desconhece a verdadeira extensão da brutalidade do pai. Ele mantém uma correspondência cuidadosamente censurada com ela, seu único elo com uma ideia de “bem” que ele acredita defender. Não que ela não seja fruto do meio em que foi criada, mas explorar essa conexão familiar pode ser a chave para desestabilizá-lo.
MAJOR ALBANA “A SOMBRA” MENDEZ
Descrição: Albana Mendez é uma mulher de aparência impecável e serena, escondendo uma mente totalmente estratégica. Para ela, a Ordem é o alicerce fundamental da civilização e o Caos é o verdadeiro inimigo. Assim, todo meio é justificável se o fim for preservar a Ordem. Se for por isso, todos são descartáveis — até Mercado. Ela conhece cada segredo, esquema de corrupção e esqueleto no armário em Santa Inês. Isso faz dela poderosa… e independente.
Papel: para infiltrados, ela é o obstáculo definitivo. Albana é a teia de aranha invisível que os jogadores nem percebem que tocaram até estarem enredados. Suas contramedidas serão precisas, implacáveis e baseadas em informação superior, e ela não tem escrúpulos. Mas se os objetivos dos jogadores coincidirem temporariamente com a manutenção da ordem, Albana pode ser uma aliada incrivelmente eficiente… por um preço, e sempre com uma agenda oculta.
CONEXÕES
A Rede Fantasma: sua rede de informantes, apelidada de “Fantasmas”, é composta por pessoas de todas as classes — de mendigos até nobres ambiciosos. Ela não os controla pelo medo, mas pelo interesse mútuo. Para alguns é dinheiro; para outros é proteção ou vingança contra inimigos comuns. No geral, é muito vantajoso ser um Fantasma e por isso mesmo eles tendem a ser muito leais. Esta rede é seu verdadeiro poder e protegê-la é sua prioridade máxima.
O Arquivo Negro: Albana mantém um arquivo pessoal conhecido só por ela, sem registros digitais, apenas analógicos, contendo não só segredos da cidadela, mas também informações comprometedoras sobre a Aliança Imperial, corporações e, até mesmo, membros importantes do alto-comando da Brigada Ligeira Estelar. Este arquivo é sua apólice de seguro final e está muito bem guardada em um lugar secreto. Se algo acontecer com ela, seu conteúdo virá à tona.
Padre Emiliano Rojas: ela sabe da rede de apoio do Padre Rojas (ver “O Coletivo” mais a seguir). No entanto, calculadamente, Albana a tolera porque a rede de Rojas funciona como uma válvula de escape controlada que evita explosões de violência maiores, e porque monitorá-la lhe dá informações preciosas sobre os dissidentes. Mas Rojas está ciente disso — e ela está ciente de que ele está ciente. É um jogo dentro do jogo e nenhum dos dois é um tolo.
PADRE EMILIANO ROJAS
Descrição: um homem idoso e sereno, de cabelos brancos e mãos bem calejadas. Sacerdote de uma vertente mais panteísta da Crença das Estrelas, a famosa frase “somos poeira de estrelas” é levada por ele muito a sério. Para Rojas, o universo concede a maior dádiva ao permitir que diferentes pessoas existam no mesmo ponto do espaço-tempo antes de retornar ao ciclo do cosmos, e o pior dos pecados é apagar antes do tempo essa centelha cósmica do outro.
Papel: Emiliano é um contato para grupos bem-intencionados. Ele oferece abrigo, cuidados médicos e uma perspectiva filosófica pacifista e conciliatória, fazendo o bem para pessoas necessitadas. Suas missões envolvem resgates, fuga de dissidentes e sabotagem de operações militares. Seu conhecimento de ciclos e energias o torna expert nos sistemas infraestruturais da cidadela, conhecendo túneis de manutenção e pontos cegos de vigilância esquecidos.
CONEXÕES
O Coletivo: Sua rede de apoio não é uma organização mas um coletivo de simpatizantes — de garis a engenheiros — que acreditam em suas crenças, sua causa ou simplesmente são gratos por toda a ajuda desinteressada que ele dá. A Igreja de Rojas está em uma antiga estação de monitoramento climático na cidade de Arminda, ao pé do pico do Escorpião, cheia de telas que mostram o fluxo de energia da cidade, o clima de Alabarda e a visão do céu estrelado.
Passado Sombrio: Emiliano não foi sempre um sacerdote. Ele foi operador de comunicações secretas pela Guarda Regencial de Alabarda — e, ao testemunhar em primeira mão pelas câmeras a destruição de uma área mascon lunar habitada por milhares de pessoas durante a Insurreição Tarsiana, teve uma grave crise existencial, levando-o a abandonar sua vida anterior após o conflito e buscar equilíbrio na religião. Mas ele trouxe segredos do passado consigo.
Milícias e Segredos: o Padre Rojas é respeitado pelo povo de Arminda e de outras cidades da região. Isso faz com que Milícias locais ouçam, e até atendam, seus apelos pela não-violência em sua presença. Conta pontos para isso o fato dele, secretamente, operar uma rede de fuga para dissidentes e civis perseguidos, usando túneis de manutenção esquecidos que ligam Santa Inês ao resto da cidade. Como todos se beneficiam delas, não é bom desagradá-lo.
Ganchos de Aventura
A CENTELHA DA DISCÓRDIA
O Padre Emiliano Rojas descobre que o Generalato planeja o bombardeio seletivo de um bairro em Arminda, sob a falsa acusação de abrigar uma milícia. Quando a guarda regencial ou a Brigada Ligeira Estelar intervir, será tarde demais. Ele precisa da ajuda dos jogadores para evitar o massacre, entrando nos arquivos de inteligência ou sequestrando o oficial responsável pela operação. Mas, se não houver tempo, o jeito é entrar nos robôs e agir de vez!
O RESGATE DO CEMITÉRIO
Uma unidade lanceira do generalato foi emboscada e capturada por uma milícia na rota do Cemitério dos Elefantes (ver A Constelação do Sabre, vol. 1). A missão dos protagonistas é liderar uma missão de resgate conjunta, precisando se aliar às forças de Santa Inês. Será preciso passar pela desconfiança mútua, sobreviver às armadilhas do cemitério e resgatar os prisioneiros antes da frágil trégua se desfazer e todos se voltarem uns contra os outros.
O FANTASMA NO SISTEMA
A rede de informantes da Major Albana começa a ser eliminada metodicamente por um caçador anônimo. Ela faz um pacto de conveniência com os jogadores: em troca de sua proteção e habilidades discretas, ela oferecerá informações vitais para suas próprias missões. Juntos, precisam descobrir a identidade do caçador — e há vários suspeitos, entre milícias, agentes de inteligência e oficiais de Santa Inês. Mas é possível confiar na “Sombra”? Talvez não.
A HERDEIRA RELUTANTE
Maria Mercado, filha do General, surge de surpresa na Cidadela, horrorizada ao entender a natureza do governo de seu pai. Ela não quer derrubá-lo, mas convencê-lo a abdicar pacificamente. Os jogadores devem protegê-la dentro do covil do lobo. Eles precisarão protegê-la não só dos inimigos de seu pai, mas também da própria Major Albana, que pode vê-la como uma ameaça, e do próprio General Soriano, cuja “proteção” pode se tornar uma prisão dourada.
A QUEDA DO TITÃ
O hussardo modificado do General Mercado sofre falhas catastróficas durante uma demonstração de força, ficando imobilizado em território isolado. Isso desencadeia uma caçada frenética, com todas as milícias da região convergindo para o local para capturar ou destruir o General. Os jogadores devem se juntar à força-tarefa de resgate. Cada segundo conta. O canhão principal do robô pode ser sua única esperança contra um número esmagador de inimigos.
Até a próxima e divirtam-se!
NO TOPO: eu sei, é de Duna, mas convenhamos — brutalismo é isso aí.
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O que aconteceu com Doroteu Righera, o antigo governante?
Isso vai ser devidamente explicado.