Engenharia Genética

Um tema recorrente em Brigada Ligeira Estelar é a engenharia genética. De companheiros animais inteligentes até a possibilidade de recuperar membros perdidos, a biotecnologia abre um leque de possibilidades para mestres e jogadores. No entanto, como toda ferramenta, ela pode ser usada ou para o bem, ou para o mal… e neste último caso, vocês precisarão lidar com isso. Exploraremos aqui como essa tecnologia pode ser incorporada na sua mesa de jogo.

Mas antes vamos repassar um pouco o histórico do cenário. A engenharia genética vem sendo utilizada ao longo dos séculos na Constelação do Sabre, mas seu peso vem de muito antes dos tempos do grande vazio. Os Evos foram criados quando a humanidade ainda estava no planeta Terra para sobreviver em ambientes inóspitos durante a terraformação de outros mundos e eles nos acompanham desde então. Outro exemplo histórico são os Firborgs do planeta Winch.

Além disso, a engenharia genética pode ser utilizada para criar familiares (os animais de companhia) com inteligência humana ou corpos personalizados. Imagine ter um cão que não só compreende comandos complexos como também pode participar ativamente de investigações e ajudar em batalhas, ou gatos inteligentes com polegares opositores. Esses animais podem ser projetados para se adaptar a diversos ambientes, de planetas áridos a colônias espaciais.

Criar monstros via engenharia genética é uma
ideia óbvia, mas não podemos ir além disso?

Personagens que sofreram mutilações podem recorrer à biotecnologia para recuperar membros ou outras partes perdidas do corpo. Essa tecnologia, porém, é cara e de implementação demorada — e por isso as pessoas comuns normalmente apelam para implantes cibernéticos, com toda a discriminação social que acompanha a reboque. É possível virtualmente se transformar em outra pessoa, até com outro gênero. E por isso há leis pesadas regendo essa tecnologia.

Há motivos muito concretos para isso. Nobres em especial tem limitações legais sérias. Ninguém quer meninas recém-nascidas transformadas em meninos sem nem ter consciência sobre isso, apenas para garantir heranças e linhagens familiares, e podemos ter até destitulações de ramos familiares inteiros de nobreza caso isso seja comprovado. Enfim, aqui estão algumas ideias de ganchos de aventuras para incorporar a engenharia genética em suas campanhas:

Sabe o clichê da psiônica criada em laboratório?
Um aviso: isso sempre vai dar MUITO errado.
Pense na ética (?) por trás da criação das Irmãs Honoka de
Knights of Sidonia: buchas de canhão feitas em massa.

A partir daí, é só elaborar possibilidades. Um laboratório clandestino que produz animais inteligentes é atacado por uma facção rival e é preciso resgatar essas criaturas. Um protagonista perde um membro em batalha e é necessário encontrar uma forma de financiar a tecnologia necessária para sua recuperação. Os jogadores descobrem uma conspiração para forçar modificações genéticas em outros — e sua missão é expor os culpados. Enfim, são só ideias.

Freezing não tem nada a ver com robôs gigantes, mas pense
bem: operativos geneticamente alterados para o combate?

Dê uma olhada em alguns animes e em como eles lidam com o tema. Em WXIII: Patlabor the Movie 3, temos a boa e velha criação de monstros mas podemos ir mais longe: quase todo mundo em Knights of Sidonia é um divergente (nos termos de BLE). Pessoas capazes de sintetizar clorofila para reduzir sua alimentação a um mínimo durante uma viagem espacial? Pessoas de gênero neutro capazes de “escolher” seu sexo de acordo com as necessidades do ambiente***?

Não custa lembrar: Brigada Ligeira Estelar é um cenário de ficção científica. Algum elemento mais abertamente científico (ou pseudo-científico, não precisamos ser tão radicais) é necessário para a personalidade do material — falamos disso AQUI. E a engenharia genética pode se tornar um elemento dinâmico nas suas campanhas, proporcionando tanto oportunidades heróicas quanto dilemas morais profundos para seus personagens.

Até a próxima. Divirtam-se!

* Lembrando: as variantes humanas criadas artificialmente são chamadas, no cenário, de Divergências. Falamos um pouco disso AQUI.
** Lembrando de novo:
áreas de concentração de massa (o termo Mascon veio de alguma língua morta). São locais nas quais a gravidade tende a ser mais forte em relação ao resto do planeta e por isso mesmo, no cenário, são convenientes para a construções de colônias em mundos de gravidade mais reduzida, antes de sua terraformação.
*** O caso mais óbvio na natureza é o Peixe-Palhaço, que pode mudar de gênero caso a população do seu cardume esteja desbalanceada e faltem peixes de um gênero para a procriação, comprometendo o futuro do grupo. Se pensarmos bem, a Izana Shinatose de Knights of Sidonia é isso.

DISCLAIMER: Freezing pertence a Dall-Young Lim e Kwang-Hyun Kim, via Kill Time Communication, Inc.; Knights of Sidonia pertence a Tsutomu Nihei via Kōdansha, Ltda. e Polygon Pictures, Inc.; Genocyber pertence a Tony Takezaki via Artland Inc.; Patlabor: The Mobile Police é propriedade do grupo Headgear; todos os personagens aqui mencionados ou retratados são pertencentes a seus respectivos proprietários intelectuais. Imagens para fins jornalísticos e divulgacionais.

Brigada Ligeira Estelar ® Alexandre Ferreira Soares. Todos os direitos reservados.

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