Resenhas – 12/06/2024

Bom, eu estou em uma quarta-feira, de manhã, e ainda não tenho nenhuma linha escrita. Como todos vocês estão cansados de saber, quando eu não tenho nenhuma ideia clara para seguir, o jeito é apelar para uma das duas: ou as Cinco Trilhas Sonoras, quando não nenhum outro assunto mesmo, ou as Resenhas, sempre breves e divertidas de se fazer. Ainda mais quando temos tanta coisa pipocando ao mesmo tempo no terreiro, este ano. Então, vamos às Resenhas!

Não é que eu não tenha nada a falar. O livro saiu, estarei na Bienal do Livro do Rio de Janeiro estes dias 14 e 15 (e talvez em alguns outros sem compromisso), estarei também no Doff (Diversão Offline) em São Paulo, e estou ainda na fase de elaboração de uma possível revista online dedicada à BRIGADA LIGEIRA ESTELAR, nos moldes da Dragão Brasil — mas focada em nosso cenário, em anime (tem muito a adaptar!), em ficção científica e em 3DeT Victory.

Essas coisas consomem tempo, neurônios, e tenho outros trabalhos. Por isso mesmo, não é de se espantar o fato de eu quebrar este vidro de emergência para garantir o texto de toda quinta. Já basta ele ter sido feito aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo nas últimas semanas, culminando com um dia onde publicamos sexta e não quinta. Não importa o quanto eu estiver produzindo, este blog sempre será importante. E dito isto, vamos ao que vende.

Campanha de Space Opera. Tom: Folhetinesco/Épico. E sim, tem comédia infame aqui.

I’m the Evil Lord of an Intergalactic Empire! (JFK/QUAD)

SINOPSE: À beira da morte, um homem — amargurado por uma vida de pura bondade recompensada com traição pelos seus entes mais queridos — é visitado por uma entidade cósmica conhecida como Guia, podendo reencarnar em um universo à sua escolha. Ele escolhe um Império Intergaláctico com naves espaciais e robôs gigantes, nascendo como um nobre… e, movido pelo rancor, decide se tornar um vilão. Porém, o seu senso de justiça e empatia falam mais alto e…

COMENTÁRIOS: Sim, é um isekai. Eu não tinha expectativas e me diverti MUITO. Apesar do seu humor infame e da segunda metade do primeiro capítulo*, mostrando como sua vida foi destruída no nosso mundo, é uma ótima Space Opera no seu sentido mais descabelado, com tudo o que tem direito — impérios espaciais, grandes batalhas com belonaves, duelos entre robôs com discussões sobre estilo de esgrima no espaço, superciência, vilões realmente vilanescos…

Este robô vai detonar sozinho uma batelada de belonaves. Isso é ÉPICO PARA CARAMBA.

VALE A PENA? Vale, mas exige uma calibragem de expectativas. Se você espera que todo exemplar do gênero seja sisudo e maduro, com personagens empatizáveis dos dois lados e com motivações contrastantes, mas compreensíveis, pode tirar o cavalo da chuva: os vilões são MAUS ao ponto de despertar ódio, o clima de capa-e-espada no espaço está todo lá (e só vai se intensificar após a primeira temporada), temos comédia, sim — e a graça é justamente essa!

COMO REFERÊNCIA: essa poderia ser, com certeza, uma campanha em nível exageradamente épico de Brigada Ligeira Estelar, com um nobre (Planejador) em seu domínio (poderia ser uma lua terraformada) e o seu grupo de cavaleiros em formação. Os (relativamente discretos) aspectos mágicos do cenário podem ser substituídos por poderes psíquicos, sem problema. Então desarme-se e assista. Vendo como uma comédia com momentos dramáticos, você vai se divertir.

Já soltando o spoiler, pessoal: o jogo é muito mais ou menos…

Gundam U.C. Engage (da Bandai Namco Entertainment)

SINOPSE: apesar de todos os universos alternativos (AU) da franquia de ficção científica militar com robôs gigantes Mobile Suit Gundam, o seu eixo central sempre foi, e provavelmente sempre será, o Universal Century (UC). Não vou descrever exatamente este jogo através de seu plot básico, porque antes de mais nada ele é uma grande celebração do cenário, permitindo aos jogadores avançar pelos seus principais eventos — e participar de suas batalhas.

COMENTÁRIOS: “de novo? Você só resenha gacha para celular?” EU NÃO TENHO UM PLAYSTATION, CACETE! Com versão internacional desde 2023, este é um jogo tático em turnos e as missões seguem os principais arcos da U.C. com cutscenes animadas e diálogos fiéis ao original. A inclusão de cenas remasterizadas em alta qualidade e dublagens clássicas é um grande diferencial, os modelos 3D dos robôs são ótimos, a progressão é acessível para o jogador casual…

…mas, diacho, como resistir a ISSO?

VALE A PENA? Só se você for um fã. O jogo foi claramente feito para eles e como fonte de fan-service, é perfeito, mas ele tem problemas. A interface do menu pode ser confusa, temos altas taxas para obter unidades raras (gacha, ué), Recursos como “Engage Crystals” são escassos sem se abrir a carteira, limitando o progresso de muquiranas como eu — e, após a campanha principal, o endgame se resume a… farmar missões repetitivas e eventos temporários.

COMO REFERÊNCIA: sinceramente, se você quer isso, recomendo procurar cutscenes perdidos ao longo do Youtube. Eles realmente são bacanas e pagam o ingresso. Mas ele tem modelos e armas bacanas introduzidos no próprio jogo ou egressos do universo expandido da série em outras mídias (o Moon Gundam, do mangá homônimo, os robôs da linha MSV e até rebotalhos de jogos como Code Fairy estão lá, entre outros). Novamente, o tesouro aqui é o fan-service.

Os dois primeiros arcos da nova série de Alien, publicados pela Panini.

Alien, Volumes 1 e 2 (de Phillip Kennedy Johnson e Salvador Larroca)

SINOPSE: um chefe de segurança aposentado e cheio de traumas é forçado a voltar à ativa ao lado de dois fuzileiros espaciais quando um bando de ativistas anti-corporativos não muito espertos decidem invadir uma estação espacial da mega-corporação Weyland-Yutani e… bom, é Alien, vocês sabem. Quem conhece o monstro espacial assassino mais famoso do cinema já sabe muito bem o que esperar nessas horas — dentes, baba ácida, dedo no gatilho e gritaria.

COMENTÁRIOS: a Marvel assumiu a marca Alien quando a Disney comprou a Fox e levou todas as suas propriedades intelectuais no pacote. Antes, assim como Star Wars, Buffy a Caça-Vampiros e tantos outros, essas propriedades eram licenciadas em quadrinhos pela Dark Horse Comics, e ela sempre lidou muito bem com esses franchises. A Marvel também tinha um precedente ruim nas costas com o breve retorno de Conan à casa. E isso nos leva à próxima pergunta…

Enfrentar Aliens é fácil, gente. É só passar fogo e sair correndo.

VALE A PENA? Vale. Com um roteiro escrito de forma segura por Phillip Kennedy Johnson e a presença, na arte, do veterano Salvador Larroca (com um traço muito, muito diferente de seus tempos nos X-Men, agora tendendo a certo fotorrealismo e com sensibilidade um pouco mais europeia e fria até o momento no qual o bicho pega). Além disso, é Alien! A fórmula é simples, não tem como errar, e mesmo assim tem quem erre feio! O cinema errou por 38 anos**!

COMO REFERÊNCIA: gente, Alien no seu melhor é o feijão com arroz dos RPGs! Até já teve dois***! Você entra em um lugar cheio de corredores para buscar alguma coisa, sobreviver aos monstros pelo caminho e sair correndo! É fácil adaptar o conceito para BRIGADA LIGEIRA ESTELAR, dentro e fora dos robôs… e se for para fora, basta criar um bicharoco assustador, enorme e capaz de representar ameaça a um robô gigante!

Até a próxima e divirtam-se, pessoal!

* Para ser justo: a série abriu com uma cena de batalha claramente posterior aos eventos da primeira temporada, e é ela quem nos vende o peixe. Não li nem a light novel original de Yomu Mishima e nem o mangá, mas se essa foi uma iniciativa da equipe de animação, foi acertada. A cara da série não é a tragédia cruel do começo, e essa batalha nos comunica justamente isso de forma imediata.
** O sensacional Aliens, de James Cameron, é de 1986. O ótimo Alien: Romulus, de Fede Álvarez, é de 2024. Entre um e outro, só saiu lasqueira…
*** Antes do Alien: o Jogo de RPG da Free League Publishing, publiciado no Brasil pela editora New Order, tivemos o Aliens Adventure Game (1991) da hoje extinta Leading Edge Games. Era um jogo muito criticado por conta de seu sistema complicado e acabou não tendo vida longa.

DISCLAIMER: Alien é propriedade intelectual da Walt DIsney Pictures; I’m the Evil Lord of an Intergalactic Empire! é propriedade de Yomu Mishima, via Quad/Kabushiki-gaisha JFK e ANN (ABC, TV Asahi), AT-X; Mobile Suit Gundam: UC Engage pertence à Bandai Namco Filmworks, Inc. Imagens para fins jornalísticos e divulgacionais.

Brigada Ligeira Estelar ® Alexandre Ferreira Soares. Todos os direitos reservados.

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