Locais do Sabre: A Cidade-Fortaleza de Khor Sha’igat

Eu não queria voltar ao planeta Ottokar tão cedo nesta seção. Temos muito, muito mesmo a explorar e soa precipitado fazer isso quando já falamos do Velódromo de Turgut em um dos primeiros artigos dos Locais do Sabre. Porém, o conceito está na cabeça e ideias guardadas podem perder seu ímpeto se isso levar tempo demais (sem falar do fato de eu não ter tido uma ideia melhor em outro lugar da Constelação, não desta vez). Sendo assim, vamos ao ponto.

Pareceu-me uma ideia natural criar uma área ao norte da Zona Devastada de Ottokar, onde levas de refugiados chegam — com muita dificuldade — para tentar sair do continente ou, se tiverem muita sorte, do próprio planeta. Um conjunto de cidades-fortaleza similares às de Villaverde, mas aglomeradas e (pesadamente) protegidas pela Brigada Ligeira Estelar, com alguma presença da guarda regencial (ela precisa estar presente no resto do planeta também).

Lugares assim são perfeitos para campanhas em modelos clássicos do gênero, especialmente sob o modelo de Forte Apache. Os personagens podem ser pilotos da Brigada estacionados em uma base de defesa local, usando o lugar como ponta de lança contra a presença proscrita no planeta, convivendo com os habitantes… e talvez lidando com problemas e intrigas internas enquanto enfrentam, do lado de fora, uma ameaça maior. Dito isso, vamos ao que interessa.

Vão se preparando.

Cidade-Fortaleza de Khor Sha’igat (Planeta Ottokar)

Localização:

A cidade-fortaleza de Khor Sha’igat ergue-se no Deserto de Wadisa, extremo norte do continente devastado de Khasna em Ottokar. Situada entre os Picos de Al-Hamibea (cadeia montanhosa que serve de barreira natural contra tempestades de areia radioativa) e o Mar de Beni Habarya (única via marítima segura para fuga), ela domina o estratégico Estreito de Bebira — uma passagem crucial para refugiados que buscam asilo no continente intocado de Tarimar.

Suas coordenadas são constantemente perturbadas por tempestades de areia contaminada pela radiação causada pelas bombas proscritas — ainda em sua invasão inicial anos atrás, vindas do sul, criando uma barreira natural contra incursões terrestres mas também isolando-a do resto de Khasna. Como Khor Sha’igat domina a única rota terrestre segura para o continente vizinho de Tarimar, isso a tornou um ponto estratégico vital para o êxodo de refugiados.

Sempre que chega mais gente, vem a pergunta: como alocá-los?

A geografia do local o torna foco de conflitos. Sua posição elevada, em um platô, permite visão total das rotas de migração e de antigos leitos de rios secos, usados como estradas improvisadas por comboios. Os Picos de Al-Hamibea bloqueiam ventos tóxicos do sul mas abrigam cavernas usadas por piratas do Mar de Beni Habarya para ataques-relâmpago. O Mar tem correntes traiçoeiras e recifes afiados, forçando refugiados a rotas costeiras vulneráveis.

O Estreito de Bebira tem apenas 12 km de largura. É disputado por refugiados de Khasna, piratas, saqueadores e milícias financiadas pela nobreza de Tarimar, patrulhando para bloquear a entrada ilegal. Khor Sha’igat não é um lugar; é um sintoma. Nasceu quando os proscritos devastaram Khasna e só sobrevive porque a regência a mantém como um escudo humano contra o caos que ela mesma não é capaz de conter. É fácil entender a presença da Brigada aqui.

De um lado, um mar perigoso…

Descrição Geral:

Khor Sha’igat não é uma única fortaleza, mas uma junção defensiva de três megaestruturas interligadas de porte maior, erguidas sobre o platô de basalto negro. Abriga 40 mil refugiados mais 1.200 pilotos hussardos da Brigada, além de 12 mil lanceiros imperiais e a monstruosa quantidade de operativos para essa estrutura entre mecânicos, taifeiros e outras funções necessárias. A água é tirada de poços de condensação e há turbinas eólicas de energia.

Na Ala Norte, conhecida como Martelo, fica a base operacional da Brigada Ligeira Estelar. Hangares escavados na rocha abrigam Hussardos adaptados para combate anfíbio. Há uma torre de comando que projeta um escudo cinético contra artilharia, mas consome 80% da energia da base nessas ocasiões e por isso, só é usada nas emergências. Estacas de titânio com minas sonoras protegem a costa, mas os piratas já aprenderam a desativá-los com EMPs caseiros.

…com o risco constante de ataques piratas…

A Ala Central é conhecida como Bigorna — o coração civil do lugar, com habitações em contêineres empilhados em forma de colmeia. As circunstâncias tornaram sua construção caótica, mas há alguma normalidade para seus habitantes: galerias de lojas, mercados, fungiculturas hidropônicas como reserva de comida e até um mercado negro onde se troca água filtrada por tecnologia invasora. Há também um hospital de campanha mas faltam antibióticos.

Por fim, na Ala Sul, temos o Esporão um posto avançado contra incursões do deserto. Há muralhas reforçadas pelos cascos de cruzeiros naufragados, soldados a vigas de titânio, e turbinas eólicas presas a outros restos estruturais. Torres de atiradores são operadas por refugiados veteranos com óculos de visão térmica, sob a supervisão dos operativos da Brigada. Frequentemente, Lanceiros se concentram por lá. É o local mais seguro para estocagens.

…e do outro, o deserto. Áreas assim também exigem muita vigilância!

História e Cultura:

A cidade-fortaleza nasceu do Êxodo das Cinzas, uma fuga em massa após o ataque de fósforo radioativo dos proscritos aos grão-domínios de Khabara, Takhechel, El Hasilt e Tairayat, há quatro anos. Ventos tóxicos, ainda ativos, empurraram os sobreviventes para o Deserto de Wadisa, onde refugiados escavaram catacumbas provisórias nos Picos de Al-Hamibea. A solução imediata foi alocar essas pessoas no continente de Tarimar, menos afetado pela invasão.

A Brigada agiu imediatamente e devido à pressa, ergueu muralhas emergenciais com cascos de naves de carga, acidentadas no Estreito. O grande obstáculo veio da nobreza de Tarimar. Pouco interessados em abrigar levas de refugiados, eles financiaram — a toque de caixa — a construção dessas três fortalezas, para abrigar quem conseguisse vencer o deserto e aos Senhores da Guerra pelo caminho, no melhor estilo “melhor mantê-los por lá do que por aqui”.

Vai saber que tipo de ameaça pode vir por esse flanco!

Como nada é tão ruim que não possa piorar, a Guarda Regencial de Ottokar não pôde assumir o serviço porque, nos demais continentes, a nobreza teme que os Proscritos se espalhem a partir de Khasna e houve pressão contra o Príncipe Regente para não desviarem as tropas regenciais contra o local. No seu entender, elas devem estar presentes nos seus postos de origem para uma eventual expansão proscrita e só restou a ele requisitar as forças imperiais.

A elite dos demais continentes ainda envia alguma ajuda humanitária, mas nunca o suficiente — e ainda financia, secretamente, milícias costeiras para afundar barcos de refugiados. Os povos locais, por sua vez, procuram preservar seus recortes originais de classe socioeconômica, mesmo estando todos na mesma situação. E nesse contexto, os Brigadianos são vistos como um misto de heróis e algozes: eles protegem suas vidas mas os mantém naquele lugar.

E convenhamos, é preciso vigilância para evitar que coisas assim aconteçam!

Economia e Recursos:

A economia de Khor Sha’igat gira em torno de pilares precários, sustentados por improviso, contrabando e a ajuda da Brigada: há meros 20 poços de condensação noturna de água e sem racionamento isso atende apenas 60% da população. As fungiculturas hidropônicas só garantem 1.200 calorias/dia por pessoa, as turbinas eólicas falham nas tempestades de areia e há apenas um médico para cada 5.000 pessoas. Andro-ginóides estão sendo enviados para ajudar.

Na Ala Central (Bigorna), sob supervisão da Brigada, a moeda Imperial é quase inútil. O “Crédito de Vapor” (medido em horas de água quente) é o padrão real. Para muitos ali, um banho de 10 minutos vale mais que uma pulseira de ouro — e o luxo é se sentir humano. Na feira do Contêiner 78, trocam-se roupas por filtros de água impressos em 3D e nas oficinas de Reciclagem, temos o desmonte de trajes de proteção danificados para virar telhas de zinco.

Apesar dos esforços, a vida não é fácil por lá.

Nos túneis abaixo do Esporão, floresce um comércio perigoso de tecnologia proscrita trazida por refugiados em trajes de proteção caseiros (os “Escavadores Fantasmas”). Lá se forjam documentos falsos (“Passaportes de Radiação”), atestando baixa contaminação para migrar dali. 40% dos escavadores morrem pelas tempestades de areia radioativa, emboscadas de piratas e milícias e da Doença do Ferro Líquido (envenenamento por fluido de robôs proscritos).

Equilibrando-se entre lei e compaixão, as forças imperiais monitoram os poços de condensação, confiscando 30% do mercado negro para “análise tática”, e ignorando contrabandistas que fornecem remédios reais para o hospital. Patrulhas não-oficiais escoltam escavadores até as Ruínas de Tairayat (maior fonte de peças). Se prenderem os escavadores, o hospital fecha. Se os soltarem, alimentarão o mercado negro que lhes traz problemas. Não é nada fácil.

De um lado, deserto. Do outro, mar. E no meio, uma fortaleza sob constante ameaça! Os Locais do Sabre voltaram!
Aparência industrial é esperada. Não é para ser um lugar bonito.

Papel em Campanhas:

Khor Sha’igat é um local para campanhas de Tom Árido, unindo ação de robôs gigantes a dilemas humanos brutais. Ao defender comboios de água contra piratas em Beni Habarya, pode ser preciso escolher entre salvar crianças morrendo de sede e o sacrifício de colegas hussardos. Ao investigar o sumiço de escavadores nas mãos de milícias de Tarimar, podemos descobrir que as vítimas traficavam órgãos contaminados para fora da fortaleza — e tudo só piora.

Imagine invadir uma fortaleza proscrita em Wadisa para roubar filtros de radiação, escolhendo entre contaminar sua equipe ou condenar um hospital. Ou conter motins na Bigorna sem violência, enquanto lanceiros pedem rigor — e ter que prender um coadjuvante amado pelos jogadores. Há inimigos em três frentes: piratas, milícias… e proscritos. Pense em uma proteção desesperada do local, de intrigas nas sombras, em guerras de recursos e revoltas civis.

Coadjuvantes Notáveis:

E lembrem-se, tecnologia e biologia podem ser uma mistura explosiva!

Ganchos de Aventura

Até a próxima e divirtam-se!

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