O Ano Perdido

Recentemente, a Constelação do Sabre passou a estar em duas diferentes casas. A primeira é este sítio internáutico. O outro é o site da Jambô Editora. Há uma diferença de abordagem entre as duas: aqui, eu me dirijo diretamente ao mestre de jogo e abordo meu material do ponto de vista do processo criativo e das referências. Lá, eu me comprometi a expandir o cânone do cenário — além de trazer de volta o “Baú Referencial”. Eu me divertia com aquilo.

Lá eu também pretendo iniciar um modesto projeto para permitir aos jogadores tapar o buraco de suas campanhas enquanto o novo BRIGADA LIGEIRA ESTELAR RPG não vem: O Ano Perdido. Explicando melhor, eu não vi necessidade de fazer um grande salto de tempo com mudanças radicais no cenário — mas algumas alterações pontuais aconteceriam de qualquer jeito. Além disso, eu queria realmente me arriscar a escrever uma campanha vintage com seus 52 episódios.

O motivo disso é simples: eu queria fazer a famigerada campanha globetrotter ao longo de toda a Constelação. Mas 26 episódios — como em Belonave Supernova é um espaço muito estreito para uma campanha como esta e, para piorar, estamos agora em um limbo entre a conclusão da linha Alpha e o novo RPG. Iniciá-la com as regras clássicas tornaria o material obsoleto quando elas viessem… e as novas regras nem foram apresentadas ainda. Qual é a solução?

Porrada (de robôs gigantes) não é a solução. É a pergunta. E a resposta é sim. 😀

Sementes de aventura! Mas não umas quatro ou cinco linhas de texto para jogar uma ideia para o jogador e sair correndo. Isso não funcionaria aqui. Minha inspiração aqui são os livros com sementes de aventuras do James Desborough da Postmortem Studios — você pode encontrá-los na Drive Thru RPG… e eu recomendo. Em nome da melhor legibilidade e claro, de seu funcionamento em buscadores de internet, eu acabei fazendo uma adaptação ou outra ao modelo:

Título do Episódio: isso não é importante apenas pelos motivos organizacionais óbvios em um artigo — ele dá aos jogadores algo a… esperar da aventura.

Local: um tanto óbvio. Aqui entregamos o mundo (ou não, caso os protagonistas estejam no espaço) e o… local específico aonde os personagens irão agir.

No Episódio Anterior: esse só vale a partir da segunda sessão de jogo… se esta for parte de uma campanha. A ideia é estabelecer senso de continuidade.

“Continua…” — ah, todos vocês já viram isso. 😀

Situação Prévia: os eventos responsáveis por levar tudo ao estado atual. Colocaremos tudo em perspectiva — e seremos introduzidos ao ponto de partida…

Evento: … aonde alguma situação nova irá exigir a presença e a ação dos personagens jogadores. O circo já está armado… e agora é a hora do espetáculo!

Reviravoltas: usamos a analogia do circo? Então… é a hora dele pegar fogo! Aqui traremos três situações para complicar a vida dos jogadores na sessão!

Por exemplo: uma grande base antiga foi abandonada e, com a invasão proscrita, se tornou necessário reocupar esse ponto novamente. No entanto, durante essa ausência, ele foi ocupado por refugiados (situação prévia). Há muita discussão sobre como desocupar humanitariamente o local nessas circunstâncias — mas agora os proscritos chegaram (evento). Cabe aos jogadores defender essa gente. É simples de entender, só é preciso complicar mais a situação.

Ou seja, sempre dê oportunidade para MAIS combates. 😉

Aqui temos as reviravoltas: um ataque em outra frente os deixou ilhados, então por pelo menos 72 horas não vai chegar apoio nenhum (1), uma criança precisa de cuidados médicos e para ela sobreviver até chegar o resgate, são necessários remédios em uma nave caída nas proximidades (2) e uma grande belonave proscrita está prestes a desembarcar infantaria — é preciso abatê-la antes de tudo virar um forte apache (3). Só um exemplo, mas não acaba aqui:

Epílogo: o possível status atual após o final da aventura mais ganchos para prosseguir — caso você a queira como ponto de partida da própria campanha.

Ideias: o nome já diz tudo — são ideias correlatas, soltas aqui para ajudar o mestre a construir melhor a experiência de jogo ao narrar essa aventura.

Considerações do Autor: esse pedaço é meu canto pessoal aonde eu contextualizo tudo no cenário ou deixo uns comentários finais extras, se forem úteis.

Ou seja, hora do mestre de jogo meter a mão na massa…

Não vou dar mais exemplos por um motivo simples: vocês periodicamente acompanharão isso no site da Jambô e um desses tem as dimensões de um artigo inteiro, podem acreditar. A ideia é projetar aventuras capazes de serem jogadas isoladamente e usadas como ponto de partida para uma nova campanha — ou trabalhadas como capítulos de uma trama maior, inspiradas na estrutura mais livre de animes mais longos e antigos do gênero. Nós já falamos disso AQUI.

E isso não significa nenhuma debandada deste canto, fiquem tranquilos. Brigada Ligeira Estelar agora opera em duas frentes e isso é ótimo. Compareçam lá no site da editora — mas não deixem de continuar por aqui toda semana. E quando puderem, aqui ou nas redes sociais, contem como tem sido suas experiências e se as sugestões por mim deixadas ao longo de tanto tempo tem sido úteis nas suas mesas de jogo, certo?

Até a próxima — e divirtam-se, sempre.

DISCLAIMER: Mobile Suit Gundam Wing é propriedade da Sunrise, Inc. e Neon Genesis Evangelion é propriedade da Khara, Inc. — todas as imagens aqui tem função meramente divulgacional. Todos os direitos reservados.

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