Este é o quarto de uma série de artigos dedicados a cada um dos vinte perfis de personagem do futuro novo livro de Brigada Ligeira Estelar RPG (leia sobre eles NESTE LINK). Os quatro artigos iniciais focarão nos perfis correspondentes ao Ponto — uma figura proativa em qualquer situação e capaz, de algum jeito, de “puxar” o grupo para a frente. Já falamos do Impulsivo, do Equilibrado e do Planejador. Agora chegou a hora de falarmos do Carismático.
De forma geral, o Ponto é definido por ser uma figura agregadora — mas cada perfil o faz de forma diferente. O Impulsivo o faz por sua determinação; o Equilibrado, por sua confiabilidade; o Planejador, por sua inteligência. Já o Carismático, embora isso possa soar meio absurdo a princípio, o faz por todos gostarem dele… ou, ao menos, por se identificarem com ele em algum grau, ou por verem em sua missão pessoal algo a ser respeitado ou defendido.
Aqui entram os “Escolhidos” (aqueles com um destino maior a ser cumprido — ô, clichê! — despertando aos poucos uma confiança quase messiânica em torno de sua figura), figuras de liderança não necessariamente ligadas ao combate, as referências de comportamento a ser seguido — e, é claro, os personagens com o famigerado “poder da amizade” vistos em tantos mangás e animes de luta, capazes de agregar gente ao seu redor só com um sorriso (alô, Luffy)!
Claro, há hora para tudo. Na hora de sentar o sarrafo em um oponente, salvo naqueles casos muito específicos aonde uma conversa pode convertê-lo em um aliado, é melhor se garantir em combate — ou, no caso de figuras de liderança menos combativas, contar com um guarda-costas muito bom. A atitude de cada perfil define sua dinâmica com os demais e, no caso do ponto, a prioridade é para com seus próprios companheiros. Quaisquer outros são bônus aqui.
Embora isso não seja muito funcional para personagens jogadores, é perfeitamente possível termos um carismático como uma personagem não-combatente — a franquia Gundam é cheia delas. Mas nesses casos ela tende a ser uma coadjuvante a ser protegida, caindo no arquétipo da Princesa. O Carismático, na verdade, é um perfil bem amplo e capaz de incluir tanto figuras magnéticas de liderança quanto aquele aventureiro simpático e difícil de não se gostar.
Não é incomum para um protagonista Carismático ter algumas similaridades com uma, ou mais, das demais vertentes do Ponto: ele pode ser alguém preocupado com o bem-estar dos demais, determinado ou eficiente — mas, embora esses traços colaborem, eles não são os motivos pelo qual seus colegas confiam nele e nem são esses os seus traços principais, pelo menos na dinâmica geral do time. Vamos fazer logo nossa pequena listagem de personagens do gênero:
Bismarck Waldstein (Code Geass): líder dos Cavaleiros do Círculo. Ele claramente é uma liderança não apenas por ser considerado o mais forte operativo do Império Britânico, mas também por seu senso de honra, dever e lealdade.
Domon Kasshu (G Gundam): sim — ele não é muito social a princípio. Mas conquista aqueles ao seu redor com sua força de caráter, faz de adversários seus amigos e se torna um líder para a nova Shuffle Alliance surgida do… oops!
Kamina (Tengen Toppa Gurren Lagann): esse é um dos melhores exemplos do gênero! Kamina é uma fonte de inspiração para todos ao seu redor, une a todos em torno de uma causa — e deixa um legado poderoso até depois de sua morte!
Loran Cehack (Turn A Gundam): ele é leal à sua rainha e não foge ao seu dever. Também se destaca tanto pela sua gentileza no trato pessoal quanto pela sua razoabilidade — ele acredita em diplomacia e em mediação de conflitos.
Nekki Basara (Macross 7): é, eu sei. Mas ele cumpre todos os requisitos — a começar pelas circunstâncias como sua banda foi reunida — e nem é um líder propriamente dito*. No entanto, ele é sem dúvida um agregador por carisma.
Ah, sim: não mencionei nesses exemplos figuras como Lacus Clyne (de Gundam Seed) ou Relena Peacecraft (de Gundam Wing). Elas sem dúvida são lideranças carismáticas**. Mas elas foram cortadas dessa lista por… não serem Pontos.
Personagens como estas geralmente são tratadas como coadjuvantes ou, quando muito, como um segundo contraponto. Há motivos: elas tem um papel muito importante a cumprir e não podem perder tempo pilotando um robô gigante! Quando é o caso, elas tendem a assumir um dos aspectos do Coração do time (um bom exemplo disso é a princesa Allura de Voltron, o Defensor Lendário). Falaremos melhor disso em um artigo futuro desta série, podem ficar tranquilos.
O importante é sua capacidade de trazer pessoas em seu caminho e conquistar suas lealdades com seu espírito e atitude, sem deixar de ser uma figura ativa e em movimento. Ter Iniciativa é sempre fundamental para todo Ponto, independentemente de suas motivações centrais ou dos meios pelos quais sua capacidade de agregar se manifesta. Nenhum Ponto deveria ser reativo… e o Carismático se inclui aqui. Tenha isso em mente.
Até a próxima — e divirtam-se!

com as outras, não precisaríamos brigar assim!”***
* O líder da Fire Bomber é Ray Lovelock. Se soar estranho, nem sempre quem lidera uma banda é seu vocalista: o líder do Queen era Brian May — e Freddie Mercury sempre se apressava em deixar isso claro quando algum jornalista se referia a ele dessa forma.
** No caso de Relena, apenas após a moça descobrir ser a princesa do Reino de Sanc. Relena virou outra personagem, podem confirmar.
*** Na verdade essa frase veio do personagem no jogo Dynasty Warriors: Gundam 3, mas é a cara dele.
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